Cuba Alquímica, o recipiente sagrado da transmutação no "Labor Oratorium"

O nome desse projeto foi inspirado no meu primeiro mestre dessa Ars Magna que é a Alquimia, meu querido e saudoso Moacir Rodrigues, psicólogo que durante mais de 20 anos formou profissionais de psicologia na Psicoterapia Profunda aqui em Brasília. Durante quatro anos de formação fui “cozida” nessa sua cuba. Moacir falava no ambiente terapêutico como uma cuba alquímica, um recipiente hermeticamente fechado, o qual nada poderia furar durante o processo, para a transmutação ocorrer na sua integridade. Se referia poeticamente ao sigilo do processo terapêutico.

O nome ressoou forte quando a chama do projeto já tinha se acendido em meu interior: expandir a alquimia do encontro terapêutico individual para o encontro em grupo, que é um potente recipiente para a transmutação. Esse é um sonho natural para quem tem sol na casa 11 e meio do céu em aquário. Apesar de pisciana, o arquétipo aquariano que rege movimentos no coletivo marca fortemente minhas inclinações, como mostra o céu do meu nascimento. Desculpem o "astrologuês", mas como o que está em cima é como o que está embaixo, aqui estou eu, feliz da vida na parceria com os astros, a juntar pessoas e promover a cura no ambiente coletivo.

Esse enorme poder de transmutação no coletivo me foi e é constantemente ensinado pela Biodanza. Rolando Toro, o visionário chileno, criador da Biodanza, nos deixou esse grande ensinamento: “o outro dá notícias de mim”. Por isso partilhar um ambiente com outras pessoas é como estar numa sala de espelhos: um te revela um ângulo bonito, outro te alonga o perfil, outro te alarga... todos pedaços do mosaico da sua identidade. Dessa forma a consciência de si mesmo vai expandindo exponencialmente em grupo.

E como um grupo de pessoas que não se conhecem pode te ajudar a dar clareza sobre quem você é? Todos nós partilhamos assuntos universais e quanto mais chegamos perto uns dos outros, mais claro fica que passamos angústias e desafios parecidos em cada etapa de vida. E com todo avanço do século XXI ainda partilhamos a mesma forma de chegar ao mundo: pai e mãe! E nossa espécie humana tem um diferencial particular dos outros mamíferos: nascemos totalmente dependentes de cuidados. No lugar da autonomia que outros mamíferos herdam já poucas horas depois do nascimento, nós herdamos filogeneticamente a capacidade de nos vincularmos afetivamente. Isso significa que ter vínculos afetivos é a garantia da nossa sobrevivência. A capacidade de se desenvolver por vínculos é do humano. Essa é a realidade e o cenário das nossas comédias-dramáticas humanas. E essa intricada malha afetiva humana vem nos forjando há milhares de anos. Pertencer a um grupo é garantia de sobrevivência, não pertencer é um risco real à vida, é o que vem nos ensinando as teorias sistêmicas.

Por causa dessa simples lógica, vamos negociando com o anseio maior do nosso espírito. Assim, por exemplo, temos um lindo menino que sonha em ser músico. Mas sua família rejeita a ideia, porque um dia um ancestral abandonou a sua esposa e filha por causa da outra, a musa-música (exemplo inspirado no filme Viva, a Vida é uma Festa. Vale a tarde de domingo!). O que normalmente fazemos é negociar com o espírito em benefício da manutenção da “ordem” gregária. Deixamos nosso anseio maior de sermos músicos e nos tornamos sapateiros.

O quanto deixamos se ser e de realizar em benefício de um padrão familiar? Sequer sabemos na maioria das vezes, pois a maior parte dessa negociata é debaixo do pano da consciência. Os mais atentos conseguem se dar conta de que algo não está em seu lugar, a partir de uma experiência indefinida de peso, uma certa angústia, uma sensação de que a vida deveria ser outra. Assim “herdamos” não só uma profissão, mas uma depressão, um pânico, um padrão de relacionamento, comportamentos e doenças, em suma, a vida vivida e a não vivida de muitas gerações.

E já que dizem que mãe só muda de endereço, a Cuba Alquímica nos convida a depositarmos, desvendarmos e limparmos juntos nossas memórias, experiências e condicionamentos herdados da nossa ancestralidade materna e paterna. Separaremos a nossa prima-matéria, que é única, da nossa ancestralidade, para recriá-la a partir da nossa essência. Isso é possibilitado pela Alquimia a partir de um tratado de Nicolas Flamel, que Joel Aleixo transformou no tratamento das serpentes lunar e solar, que é a limpeza de DNA materno e paterno. A Alquimia vem limpar e a Biodanza imprimir uma nova memória afetiva em nossas células por meio de vivências do corpo afetivo. O grupo para a Biodanza é uma matriz de renascimento, é a própria Cuba Alquímica, o recipiente sagrado, onde renascemos.

A criação surge do caos ensina a Biodanza. “Alegrai-vos quando virdes o corvo, pois é sinal que a grande obra começou”, encoraja a Alquimia. Então vamos juntos na jornada da Cuba Alquímica com essas duas artes magnas, a Alquimia e a Biodanza, deixar o chumbo e olhar o reluzir do ouro da nossa alma.

A Alquimia e a Biodanza são os dois eixos principais do processo, mas não é só. Tudo o que entra nesse laboratório perde suas características originais para renascer com um novo formato, assim acontece com você participante e assim acontece com os elementos condutores do processo. Então aqui você não terá uma aula clássica de Biodanza. A metodologia da Cuba Alquímica incorporou também elementos da psicoterapia em grupo, de vivências para despertar a autoconsciência nas quais fui me inspirando ao longo de 10 anos de prática da psicoterapia clínica e vivências terapêuticas diversas, incluindo mais recentemente meditações com aromaterapia.

O processo é vivo, rico, dinâmico, cada um que participa transforma, por isso descobrimos o processo juntos dentro do “labor oratorium”. Esse lugar e ofício sagrado do alquimista é trabalho e oração, juntos para servir ao desejo maior do espírito.

Venha para o lançamento do Projeto dia 15 de fevereiro às 19:30 no Clube Amygo, será o momento adequado para você fazer suas perguntas e sentir um pouco da magia dessa Cuba Alquímica. A inscrição é aqui mesmo nesse site, aí na aba “eventos” ao lado. Aguardo você com a alma cheia de alegria!

Referência: Viver na Alma - Juan Garriga Bacardí